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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

ECONOMIA DOS SETORES POPULARES

Numa realidade como a brasileira, milhões de trabalhadores nunca tiveram um emprego regular assalariado, o chamado bom emprego, com carteira assinada e acesso aos benefícios trabalhistas. Na Região Metropolita de Salvador – RMS, por exemplo, são 400 mil trabalhadores por conta própria.
Quais as características desse trabalho por conta própria? Abrange atividades que escapam às estatísticas econômicas. Diferentemente da economia tradicional, a unidade de referência para a compreensão dos empreendimentos da economia dos setores populares não é a micro ou a pequena empresa, mas a unidade domiciliar. Um censo econômico, por exemplo, não capta o trabalho de mulheres que, dentro de casa, produzem e vendem alimentos, produtos de limpeza ou confecções.
Ao contrário do que usualmente se pensa, não são atividades passageiras ou eventuais: cerca de 50% dos que trabalham por conta própria exercem a mesma atividade há mais de 5 anos. A remuneração média dos trabalhadores por conta própria é inferior à renda média dos trabalhadores assalariados. Em grande parte, o trabalho ocorre no próprio domicílio, sobretudo quando realizado por mulheres. A quase totalidade desses trabalhadores não contribui para a Previdência Social e não recebe qualquer tipo de assistência técnica, jurídica ou financeira.
Para os empreendimentos da economia dos setores populares a visão convencional da economia tem pouca utilidade. É nesse campo que reside a originalidade da tecnologia social produzida pela ITCP UCSal.


MERCADO DE TRABALHO NA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR - RMS


A RMS possui uma População Economicamente Ativa – PEA, de 2 milhões de pessoas.
Deste total, 281 mil estavam desempregadas. Considerando como trabalho precário os trabalhadores por conta própria, os trabalhadores domésticos, os assalariados sem carteira e os empregados não remunerados, tem-se um contingente de 833 mil pessoas. Considerando-se a soma dos trabalhadores em ocupações precárias com os desempregados, tem-se um total de mais de 1,1 milhão de pessoas, correspondendo a cerca de 53% da PEA.

 POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA, RMS – 2011
Tabela da População economicamente ativa, RMS – 2011



É pouco provável que esses trabalhadores venham a ser absorvidos pelo crescimento do emprego regular assalariado.  Como lidar com essa questão?

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

POLÍTICA PÚBLICA INSPIRADA EM PROGRAMA DA UCSAL RECEBE PRÊMIO NACIONAL

O Programa Vida Melhor Urbano, inspirado nas atividades de pesquisa e extensão desenvolvidas pela ITCP UCSal, recebeu, em dezembro de 2013, o prêmio Rosani Cunha de Desenvolvimento Social. A premiação é uma inciativa do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), que visa valorizar experiências de governos estaduais e municipais nas áreas de assistência social, segurança alimentar e nutricional, transferência de renda e inclusão produtiva.
O Programa Vida Melhor Urbano é implementado pela Secretaria de Desenvolvimento Social - SEDES do governo do estado da Bahia, com ações especificamente direcionadas para a inclusão sócio produtiva dos empreendimentos individuais e familiares que integram a economia dos setores populares. O Programa contém ações inovadoras, criando, de forma pioneira, as Unidades de Inclusão Socioprodutiva (UNIS) e um serviço público de assistência técnica aos empreendimentos da economia popular urbana.
O Programa tem por base o conhecimento téorico e prático produzido pela UCSal em 15 de anos de pesquisa e extensão no âmbito da economia dos setores populares.


Pressupostos teórico e metodológico que fundamentam o Programa Vida Melhor Urbano